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15 de fevereiro de 2009

As origens

Sempre morei na roça, lááááááá no interiorrrrr do estado de São Paulo (interiorrrrr mesmo, não isso que paulistanos chamam de interiorrrrr, como Campinas ¬¬ ).
Nasci numa semi-aldeia indígena chamada Tupã e mudei-me para Jaú (Jaurrrrr para os caipiras) aos 7 anos, ainda um caipirinha metido a besta por ter saído de uma aldeia para uma roça maiorrrrr.
Nessa fase da vida e naqueeele tempo (ah, a crise dos 30...tsc) morarrrrr no interiorrrrr era uma maravilha. Todo mundo do bairro se conhecia, a molecada não saía da rua, jogando bola descalço (e os mais perrrrrna de pau, perrrrrdendo a “tampa” do dedão do pé ao errarrrrr a bola e chutarrrrr o asfalto com aquela fome de fazerrrrr o golaço), apostando corrida de carrinho de rolimã bem na hora da novela das seis (que as velhas da vizinhança não perdiam nem por decreto e por causa da barulheira das rodinhas no asfalto, ficavam ligando reclamando para os pais dos capirinhas delinquentes e com isso acabavam perdendo a maledetta novela de qualquer jeito, bem feito!), brincando de esconde-esconde, de pé-na-lata (outra brincadeira que rendia briga com a velharada, pois usávamos uma daquelas latas antigas de óleo de soja e caprichávamos no chutão, para fazer estrondo mesmo!), jogávamos bets e quando a bolinha caía em alguma das casas das velhinhas amáveis, já era, não devolviam e desconfio que rezavam para que isso acontecesse todo dia nas novenas que elas frequentavam, só para terem o prazer de acabar temporariamente com nosso divertimento, mas, tínhamos estoques dessas bolinhas (e geralmente eu me arriscava invadindo a casa de alguma dócil idosa para recuperar a bola e não dar aquele mínimo prazer para ela, e claro, garantir que o estoque de bolas nunca terminasse), também tínhamos as corridas de bicicleta (que incrementávamos com pedaços de potinho de yakult para fazer aquele barulho maneiro e azucrinar ainda mais as nossas arquiinimigas - inclusive, entre elas, havia a “Poderosa Chefona“, que rende posts divertidos para o futuro), os passeios para descobrir cachoeiras (escondidos das mães, é claro), as molecagens na escola (sempre estudei em escola pública, então calculem...) e haviam as brincadeiras mais divertidas e interessantes do nosso pequeno universo: os bailinhos, gato-mia (pelamorrrrrdeallah vou garantir que se eu tiver uma filha...óh Allah, se fizerem com ela o que eu já aprontei, irei conhecer seu velho ex-amigo Lúciferrrrr antes dos 40!!!!!), de médico (de novo Allah, pelamorrrrr!!!!!)...[E o engraçado foi que acabei me torrrrrnando enferrrrrmeiro (aliás, a história da minha escolha profissional rende outro post interessantíssimo!)] e muitas outras brincadeiras e campeonatos sazonais (sempre fui o campeão de bola de gude! *orrrrrgulho*) que faziam com que não sentíssemos falta de shoppings, Mcdonalds (claro que quando algum caipirinha tinha a sorrrrrte de irrrrr para a capitarrrrr e visitarrrrr esses lugares, quando voltava virava a celebridade do bairro porrrrr meses com suas fabulosas histórias e passeios) e mesmo tendo nossos Ataris e o cinema, o legal mesmo eram as coisas simples.
Pois é, não posso negarrrrr minhas origens (em minha defesa, juro que não carrego no sotaque desse jeito forrrrrçado aí do post), sou um caipira com orgúio, sô!

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